Aquela febre doentia que dominava todo o seu ser,
O mergulhava cada vez mais, na escuridão das suas noites frias e vazias.

tinha como companheira, uma garrafinha de láudano,
E ela lhe sorria, sedutora e convidativa.

Era como uma velha e terrível amiga, Aliás, como todas as suas amigas infelizmente,
Fecundada em carícias e traição.

Mas, em sua natureza fria, escondia-se um coração que ardia.

Aquela figura imóvel vestida de preto no silêncio do seu quarto,
Sórdido e escuro, era Charles Baudelaire, mergulhado em sua infinita solidão.

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